sábado, 11 de julho de 2009


É muito insensível a mão que prende
Um golado, um canário, uma burgueza
Faltar com respeito a natureza
E depois se fingir que não entende.
Muitas vezes, nem cria, pega e vende
Confirmando o instinto de maldade
Além de tirar-lhe a liberdade
Ainda o deixa comendo por esmola
PASSARINHO QUE CANTA NA GAIOLA
NÃO É CÂNTICO, É UM GRITO DE SAUDADE.

Passarinho não sabe nem chorar
Se soubesse chorava na prisão
Mas não chora, nem fala porque não
Aprendeu a chorar e a falar.
Sequer tem noção por que está
Entre tela, taboca, arame e grade
Quando canta, é um cântico sem vontade
Como a gente cantando sem viola.
PASSARINHO QUE CANTA NA GAIOLA
NÃO É CÂNTICO, É UM GRITO DE SAUDADE

Você, passarinho encarcerado,
Que não sabe o que é uma fiança,
Estou lhe dando um pouquinho de esperança,
Confie nesse humilde advogado.
Vou buscar o direito a ti negado
No Ibama ou qualquer autoridade
Que a campina o espera, e a cidade
Está cheinha de pés de castonhola
PASSARINHO QUE CANTA NA GAIOLA
NÃO É CÂNTICO, É UM GRITO DE SAUDADE


Jacinto de Vital,filho do Ventre imortal da poesia"Itapetim"

Um comentário:

  1. Parabéns! Jacinto de Vital, meu primo. Meu pai, se vivo fosse, estaria aqui do meu lado pedindo para lhe dizer que estava lhe aplaudindo. Você sabe que assim seria.

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