sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Não maldigo os versos que lhe fiz


Não maldigo os versos que lhe fiz,
embora não devesse tê-los feito.
São versos que nasceram do meu peito,
mas frutos de um amor muito infeliz.


São versos que guardam o que não quis
guardar daquele nosso amor desfeito.
Relendo-os sofro, e sofrendo aceito
o que o destino quis como juiz.

Não os maldigo, não. Não os maldigo.
Vou guardá-los em mim como castigo,
para no amor eu escolher direito.


Só porque nesse amor não fui feliz,
não maldigo os versos que lhe fiz,
embora não devesse tê-los feito.

Ronaldo Cunha Lima





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