É muito insensível a mão que prende
Um golado, um canário, uma burgueza
Faltar com respeito a natureza
E depois se fingir que não entende.
Muitas vezes, nem cria, pega e vende
Confirmando o instinto de maldade
Além de tirar-lhe a liberdade
Ainda o deixa comendo por esmola
PASSARINHO QUE CANTA NA GAIOLA
NÃO É CÂNTICO, É UM GRITO DE SAUDADE.
Passarinho não sabe nem chorar
Se soubesse chorava na prisão
Mas não chora, nem fala porque não
Aprendeu a chorar e a falar.
Sequer tem noção por que está
Entre tela, taboca, arame e grade
Quando canta, é um cântico sem vontade
Como a gente cantando sem viola.
PASSARINHO QUE CANTA NA GAIOLA
NÃO É CÂNTICO, É UM GRITO DE SAUDADE
Você, passarinho encarcerado,
Que não sabe o que é uma fiança,
Estou lhe dando um pouquinho de esperança,
Confie nesse humilde advogado.
Vou buscar o direito a ti negado
No Ibama ou qualquer autoridade
Que a campina o espera, e a cidade
Está cheinha de pés de castonhola
PASSARINHO QUE CANTA NA GAIOLA
NÃO É CÂNTICO, É UM GRITO DE SAUDADE
Jacinto de Vital,filho do Ventre imortal da poesia"Itapetim"
Parabéns! Jacinto de Vital, meu primo. Meu pai, se vivo fosse, estaria aqui do meu lado pedindo para lhe dizer que estava lhe aplaudindo. Você sabe que assim seria.
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