quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Voce pode habitar em outro ninho
E visitar ambientes que eu não vou
Trabalhar, viajar , assistir show
Sem que eu seja uma sombra em seu caminho
Se negar a aceitar o meu carinho
Não sentir mais saudade de me ver
Só não pode é no intimo do meu ser
Passar uma borracha e apagar
Voce pode pedir preu me afastar
Só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

Só restaram do amor que foi desfeito
Os melhores momentos dessa história
As lembranças do vídeo da memória
E as promessas no cofre do meu peito
Aceitar que perdi, eu não aceito
Mas estou consciente de não ter
Nunca mais o direito de poder
Pelo menos na boca lhe beijar
Voce pode pedir preu me afastar
Só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

Voce tem o direito de exigir
Que eu me afaste de vez da sua vida
Que não sente mais falta na dormida
Que não tem mais lembrança de sair
Mas você nem ninguém pode impedir
Que eu escute isso tudo sem sofrer
E se me ver gargalhando pode crer
Que por dentro eu não paro de chorar
Voce pode pedir preu me afastar
Só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

Porque sua beleza não é pouca
Não existe uma replica nem seu clone
E sua voz de CD no telefone
Inda deixa minh’alma quase louca
Se outro homem beijar a sua boca
E num abraço apertado lhe prender
Se eu chegar a ver isso e não morrer
Pelo menos em coma eu vou ficar
Voce pode pedir preu me afastar
Só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

Por mais vezes que eu lute e que ele tente
Me recuso a ouvir certos boatos
É inútil eu rasgar os seus retratos
Se você tá inteira em minha mente
Já liguei pro trabalho estava ausente
E onde estava negaram a me dizer
No de casa não quer mais me atender
Mas eu to rastreando o celular
Voce pode pedir preu me afastar
Só não pode obrigar-me a lhe esquecer.


Fiz diversas consultas no INCÓ
Pra saber o que eu tinha de verdade
O eletro acusou que era saudade
E se você não voltar fica pior
Vou mandar escrever num autdoor
Uma declaração pra você ler
Tenho tanta paixão que pra caber
Só se meu coração virasse um mar
Voce pode pedir preu me afastar
Só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

Certamente adorá-la foi meu crime
Nem por isso eu estou arrependido
Voce pode dizer que tem marido
Que tem filho e não quer que eu me aproxime
Não existe outra pele mais sublime
E outro cheiro melhor não pode haver
Seu amor não é coisa de comer
Mas eu fico sem fome se provar
Voce pode pedir preu me afastar
Só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

Inda tenho comigo seu cartão
Telefone , endereço, carta e foto
Lhe dei todo meu tempo e hoje noto
Que não tenho um minuto de atenção
Mergulhado no cais  da solidão
Sem nenhuma noticia receber
Prometi pra mim mesmo não querer
Nunca mais por ninguém me apaixonar
Voce pode pedir preu me afastar
Só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

Os Nonatos
Saltei mais de mil cancelas 
Na estrada dos desenganos
Contei mais de mil palhoças,
Pequenas, pobres, singelas,
Passei por mais de mil roças,
SALTEI MAIS DE MIL CANCELAS,
Dormi em mais de mil redes,
Saciei mais de mil sedes,
Desmanchei mais de mil planos,
Fiz mais de mil amizades,
Deixei mais de mil saudades,
NA ESTRADA DOS DESENGANOS.


Passei por mais de mil cruzes,
Acendi mais de mil velas,
Divisei mais de mil luzes,
SALTEI MAIS DE MIL CANCELAS,
Mais de mil vezes chorei,
E o pranto que derramei
Valeu por mais de mil anos...
Desfiz mil sonhos queridos,
Soltei mais de mil gemidos
NA ESTRADA DOS DESENGANOS.


Ganhei mil cabelos brancos,
Fiz mais de mil sentinelas,
Venci mais de mil barrancos,
SALTEI MAIS DE MIL CANCELAS,
Escutei mil passarinhos,
Pisei mais de mil espinhos,
Padeci por mil ciganos,
Ganhei mais NÃO do que SIM,
Deixei mil partes de mim
NA ESTRADA DOS DESENGANOS.


Dedé Monteiro

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Quem cultiva a semente do perdão
Colhe os frutos do amor e do bom senso
Quem faz parte do time da razão
Não recebe cartão nem é suspenso
Vem do rio do olho o mar do pranto
Na ausência quem ama chora tanto
Que o tempero da lágrima salga o lenço.

Raimundo Nonato 

Diz a sagrada escritura
Que adão foi feito de barro
Mas essa história eu não narro
Porque é mentira pura
Tem gente besta que jura
Por São Pedro, São Conrado
Eu acho que tá errado
Que Deus nunca foi louçeiro
Pra tá dentro de barreiro
Fazendo caba safado.

Autor desconhecido 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O SILÊNCIO DA NOITE É QUE TEM SIDO
TESTEMUNHA DAS MINHAS AMARGURAS

Restam ecos de sons em meus ouvidos
Na ressaca de antigas madrugadas
O meu corpo embalado por passadas
No compasso da dor meus gemidos
Os meus sonhos morreram proibidos
Enterrados em várias sepulturas
Entre as covas que guardam antigas juras
Onde o tempo jurado foi perdido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Na poeira da santa madrugada
Quando a noite se veste de negrume
O meu corpo despido de perfume
Adormece na beira da calçada
Na frieza da brisa serenada
No orvalho das matas mais escuras
Os meus dedos desfilam nas procuras
De um pedaço de corpo ainda despido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

No altar dos pecados eu fui santa
Fiz do riso um portal pra minhas dores
Meu querer se perdeu dos meus amores
Ir buscá-lo pra mim, não adianta
Como a seca sepulta a cor da planta
A beleza morreu entre as canduras
Eu troquei a pureza nas loucuras
Num retalho de amor mal dividido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Em um templo de juras e promessas
No andor que carrega fantasias
Eu fui Eva num hedem de poesias
Uma atriz atuando em várias peças
Mas, ao fim do espetáculo as remessas
Da tristeza e do pranto fez misturas
Desenhando um capitulo de torturas
Que pra o público de hoje é proibido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Quando a noite se pinta em suas cores
O meu pranto ao descer,é mais ligeiro
Sob o claro da luz de um candeeiro
Eu acendo uma restra em minhas dores
Alguns versos narrando meus amores
Aliviam as minhas desventuras
Uma dose de dor banhando as juras
E um resto de sonho não vivido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Quando a lua desfila,eu entro em cena
Dividindo com ela o mesmo brilho
O meu corpo refém de um andarilho
Que jurou me amar,talvez por pena
Eu que a ele entreguei de forma plena
A mais santa das minhas formosuras
Rasurando os perfis das escrituras
Sepultando o silencio em meu gemido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Vem o céu misturado em cores mansas
Em reflexos de azul com  amarelo
Numa tinta que tinge o meu 'castelo'
Enfeitado de dores e vinganças
O meu rosto enterrando as esperanças
E o meu corpo servindo para curas
De ressacas,desejos e aventuras
Saciando um querer comprometido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

O cabelo hoje branco representa
O pincel prateado da idade
Uma brecha da minha mocidade
Se escondendo na casa dos setenta
Cada lua que morre,a dor aumenta
Derramando o meu pranto em doses puras
Eu que antes fui musa das costuras
Resta um bico mal feito em meu vestido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Eu não tive direito á um anel
Mas, a faixa de miss já foi minha
Eu que andei coroada de rainha
Hoje guardo a história de um bordel
O meu beijo que antes tinha mel
Eu de tanto ofertá-lo fiz misturas
Que hoje em dia as bocas mais impuras
Cospem fel no meu lábio poluído
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras .
 Mariana Teles ( Mote de Severina Branca)
Vivo de esperas e de utopias
Cultivando sonhos,despindo verdade
Vendo pouco a pouco a realidade
Levar o resto de umas fantasias

Adormeço em dores,narro poesias
Dispenso o todo,me entrego a metade
Sou filha de um tempo onde a felicidade
No prazo de um ano visita em uns dias

Nos intervalos entre o pranto e o riso
Vou ao inferno,vejo o paraiso
Na eterna espera do sopro do fim

Despacho rosas e recebo espinhos
E as unicas petalas destes meus caminhos
São alguns versos que falam por mim .

Mariana Teles